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Nós
Zo d’Axa (1896)
terça-feira 1 de Março de 2011
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Eles falam sobre Anarquia.
Os jornais estão despertos. Camaradas são entrevistados e "L’Éclair" entre outras coisas, diz que há uma divisão entre os anarquistas.
É com relação à questão do roubo que opiniões estão divididas.
Alguns, como é dito, querem constituÃ-lo como um princÃpio; outros irrevogavelmente o condenam.
Bem! Seria impossÃvel para nós assumir uma posição em tal questão. Este roubo poderia nos parecer algo bom e poderia ser aprovado; ele também nós poderÃamos considerar violento e repugnante.
Não existe Absoluto.
Se os fatos nos levam hoje a especificar este e aquele meio de ver ou ser, todo dia, nos vÃvidos artigos de nossos expressivos colaboradores, nossa determinação tem sido claramente afirmada:
Nem em uma parte (partido) ou um grupo.
Estamos fora disso.
Seguimos nosso próprio caminho — indivÃduos, sem a Fé que salva e cega. Nosso desgosto com a sociedade não engendra em nós nenhuma convicção imutável. Lutamos pelo prazer da batalha, e sem qualquer sonho de um futuro melhor. O que nos importamos com amanhãs que não vieram por séculos! O que nos importa nossos netos e sobrinhos! Estamos fora de todas as leis, de todas as regras, de todas as teorias - mesmo anarquistas; a partir deste instante - de imediato - que queremos devotar nossa piedade, nossos Ãmpetos, nossa dedicação, nossas raivas, nossos instintos - com o orgulho de sermos nós mesmos.
Até agora nada se revelou a nós como radiante para além do horizonte. Nada foi nos dado em critério constante. O panorama da vida muda sem cessar, e os fatos aparecem para nós sob uma luz diferente dependendo da hora. Nós nunca vamos reagir contra as atrações de pontos de vistas contraditórios. É algo simples. O eco de sensações vibrantes ressoam aqui. E se a impetuosidade desoriente por sua imprevisibilidade, é porque nós falamos das coisas do nosso tempo como fariam os bárbaros primitivos com que tivesse subitamente caÃdo entre eles.
Roubo!
Nunca nos ocorreu assumir a posição de juÃzes. Existem ladrões que nos deixam descontentes: certamente; e é aà que gostarÃamos de atacar: provavelmente. Mas isto exerceria seu fascÃnio mais que pelo fato bruto.
Não vamos colocar em palco uma Verdade eterna - com um V capital.
É uma questão de impressão.
Um corcunda poderia me desagradar mais que um amável reincidente.
O texto abaixo foi publicado na revista L’En-Dehors, no ano de 1896.